Influência Desconhecida?

Governo federal, plataformas de mídia e redes sociais usam estratégias para identificar quem está por trás dos movimentos golpistas no Brasil

Busca aí: no dicionário Dicio da internet, extremismo é definido, por extensão, como “um movimento radical e autoritário que busca impor ideologias, religiões, modo de vida etc., geralmente através do uso da violência”.

Em outras palavras, um discurso de ódio que não está aberto ao diálogo e que tenta impor à força uma visão de mundo, uma forma de conviver. Neste cenário, aquele que está contra a determinada perspectiva é declaradamente um inimigo, alguém que deve ser exterminado do cenário. Em poucas palavras, um golpe para a democracia.

Não faltam tentativas da imprensa, blogs especializados em política, influenciadores e pensadores para entender qual o movimento maluco, insano e perturbador é esse. A Globoplay, por exemplo, fez uma série documental chamada Extremista BR que explora justamente as entranhas dessa identidade neofascista à qual muitos brasileiros se identificam. Por parte do jornalismo, independente, o Canal Meio tem um podcast chamado Conversas com o Meio que, recentemente, tem apresentado o que os especialistas comentam sobre este momento da história.

Foi esse discurso baseado no ódio ao outro que levou milhares de brasileiros a uma tentativa de golpe nazifascista, no início deste ano, em Brasília. Resultado: mais de 900 pessoas presas, 653 processados judicialmente. Só no final desse domingo alienado de 8 de janeiro, foram mais de 1,4 mil pessoas que acabaram presas ainda dentro dos prédios vandalizados e no acampamento do Quartel-General do Exército.

Em restauração

Um mês depois dessa catástrofe, o Ministério da Justiça segue recebendo acusações sobre quem estava por trás desse crime ao patrimônio nacional, em um e-mail escolhido só para isso. No dia 8 de fevereiro, já eram mais de 107.000 denúncias recebidas, vindas de 27.457 denunciantes diferentes, resultando em mais de 62 mil links e 121 mil arquivos anexados.  

A crise toda levou muitos órgãos a, ainda na época das eleições do ano passado, as mídias sociais já mostravam sua preocupação com a desinformação compartilhada ali. O próprio YouTube mostrou em vídeo o que faz para manter a transparência no que é compartilhado. Veja a campanha #AntesDoSeuPlay

Os chineses que criaram o TikTok – uma das redes mais acessadas no Brasil – informaram o Tribunal Superior Eleitoral, que derrubaram mais de 10,4 mil vídeos golpistas da plataforma. Conforme o documento da direção de políticas públicas do site, foram 1.304 vídeos que violavam a política de extremismo violento, 5.519 que feriram a diretriz de “desinformação com riscos de danos no mundo real” e outros 3.614 conteúdos com informações falsas sobre o período eleitoral.

Sempre citado nesse blog, o Mozilla tem o combate a desinformação como uma das principais bandeiras do movimento, que vai além dos fins lucrativos. Assim, no início do ano, eles publicaram este vídeo que fala de mídia social, democracia e transparência nas informações.

Além dos movimentos das plataformas, também há iniciativas do governo executivo (por parte do Ministério da Justiça), do poder judiciário (em investigações lideradas pelo Tribunal Superior Eleitoral) e também do legislativo, com foco em abrir uma CPI que busca identificar os autores dessa #%&#%& toda – seja dentro ou fora do poder.

Na apuração até o momento, é claro que há denúncias envolvendo o clã Bolsonaro. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi citado em 105 mensagens, enquanto o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) aparece em 50 e-mails, segundo apurou o jornal O Tempo. E também há denúncias contra militares de muitas patentes diferentes da Marinha, Exército e Aeronáutica. Outros 2.696 e-mails envolvem supostos financiadores do vandalismo.

Os donos da Meta (que são donos do Facebook, WhatsApp, Instagram), do Telegram e Twitter ainda não divulgaram como combateram os conteúdos golpistas em seus endereços.

Com informações de Dicio, jornal O Tempo, Metrópoles e Poder 360.

Imagem principal do Flickr.com

2 comentários sobre “Influência Desconhecida?

  1. Olá boa noite, prezado escritor

    Primeiramente gostaria muito de agradecer pelo texto citado, os vídeos muito bem elaborados, o texto extremamente muito bem explicado aos seus leitores.

    Aguardo novas publicações.

    Atenciosamente

    Rafael Cândido

  2. Excelente relato de um dos episódios mais vergonhosos da história contemporânea do nosso país. Parabéns pela cobertura e pela análise.

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